EMEF DONA LEOPOLDINA

Professor Solon Marcelo Lazzarotto

O Argumento

O Argumento
No século XVII, um filósofo francês chamado René Descartes teve uma idéia interessante. Decidiu colocar em dúvida todo o conhecimento que havia adquirido por meio dos sentidos.
Estranho? Não para o filósofo, pois, segundo ele, para acreditar até mesmo nas coisas que parecem mais óbvias, precisamos de boas razões. Depois da dúvida, Descartes acabou encontrando razões para voltar a acreditar no conhecimento que os sentidos proporcionavam. Essa investigação tornou suas crenças muito mais sólidas que antes.
Certamente você já descobriu a nova ferramenta
filosófica que vai estudar: os argumentos. Conheça
algumas definições.
Argumento: razão, prova, demonstração, indício.
— Para Cícero, argumentos são as razões que nos fazem acreditar em alguma coisa duvidosa.
— Para Tomás de Aquino, argumentos são razões que convencem a mente a concordar com alguma coisa.
— Para John Locke, argumentos são provas para acreditar que uma afirmação éverdadeira.
ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia. p.79. (Adaptado)
Cícero-político e orador latino do século 1 a.C.
Tomás de Aquino —-filósofo italiano do século XIII considerado santo pelos católicos.
John Locke - filósofo inglês do século XVII.
Agora pense: o que essas definições revelam sobre a relação entre argumentos, dúvidas e razões?
Descobriu? Se a resposta for sim, você já entendeu que argumentar significa explicar esclarecer, justificar, provar idéias e opiniões. Por que isso é necessário?
Em primeiro lugar, porque nem sempre somos claros quando dizemos o que pensamos. As vezes, o que parece óbvio para nós não é assim tão óbvio para os outros. Se quisermos que nos entendam, argumentar é preciso!
Esse não é o único tipo de dúvida que nossas afirmações podem gerar. Mesmo quando as pessoas entendem o que dizemos e a maneira como pensamos, podem duvidar de que estejamos certos. Se quisermos que as pessoas concordem conosco, argumentar é preciso!
Argumentos podem modificar ou fortalecer idéias antigas. Muitas vezes, continuar pensando do mesmo jeito pode ser a melhor escolha, no entanto mudar nem sempre e ruim. Se as razões que acompanham a nova idéia são melhores que as da antiga, podem tentar convencer os outros de que estamos certos e eles podem fazer o mesmo conosco.
Agora, pense: em nosso dia-a-dia, como tentamos provar nossas idéias ou
convencer os outros a concordarem com nossas opiniões? Veja exemplos de estratégias freqüentemente utilizadas:
-Apelar para os sentimentos de quem tentamos convencer.
-Buscar o apoio de uma autoridade reconhecida no assunto.
-Procurar o apoio de uma pessoa muito querida por todos. Recorrer a alguém forte e poderoso ou fazer ameaças.
-Demonstrar o que queremos dizer por meio de exemplos, explicações e razões. Dizer “Porque sim!”.
-Afirmar que as coisas são como dizemos que são e achar que isso é óbvio para todos.
-Exagerar nos detalhes ou distorcer a verdade.
-Demonstrar que a maioria pensa assim.
-Repetir afirmações.
Avalie com a turma cada opção e suas conseqüências. Em seguida, sublinhe apenas as consideradas adequadas.