Vida em sociedade
As pessoas nascem totalmente indefesas. Não possuem garras, pêlos, asas, força ou velocidade. Também não falam e não andam. Sozinhas, portanto, quais chances teriam de se defender dos perigos ou satisfazer às próprias necessidades? Por isso, desde os primeiros momentos de vida, são amparadas por outras pessoas, que formam sua família. Dela recebem os primeiros cuidados e as orientações para agir no mundo. A família é o primeiro grupo de pessoas que encontram no longo aprendizado da convivência.
Há famílias muito diferentes entre si: grandes e pequenas, pobres e ricas, agitadas e tranqüilas, unidas e dispersas, formadas por laços de sangue e adotivas, sérias e alegres. Com elas, as pessoas aprendem a receber e dar carinho, mas também vivem os primeiros conflitos, pois o objetivo de uma família deve ser o bem de todos os seus membros, o que exige, muitas vezes, renunciar a interesses individuais. Além disso, na mesma família, convivem pessoas de diferentes gostos, idéias e formas de ser.
Aos poucos, o círculo de convivência das pessoas aumenta, incluindo vizinhos, amigos, colegas de escola, com quem desenvolvem afinidades e diferenças. Mais tarde, ingressam no mundo do trabalho, para garantir a sobrevivência. Também chega a época de namorar e, um dia, formam uma nova família. Nesse ciclo, as pessoas participam de diversos grupos que formam a sociedade, da qual fazem parte pessoas diferentes, que atuam em sua personalidade e nos papéis que assumem. Para garantir a sobrevivência e atender às necessidades de tantas pessoas diferentes, as sociedades precisam organizarse, oferecendo oportunidades e buscando maneiras de solucionar conflitos.
Vivendo em sociedade, as pessoas continuam o aprendizado que iniciaram em família durante toda a vida. Vivem experiências boas e más, que contribuem para a formação de sua personalidade e interferem no seu modo de viver. Veja, no poema a seguir, alguns exemplos da influência social na vida das pessoas. Comente-os com a turma e o professor.
Em geral a sociedade permite a convivência de diferentes visões de mundo, talentos e formas de vida, enriquecendo as experiências das pessoas, possibilitando a criatividade e o diálogo. Em contrapartida, existe a pressão social para as pessoas se adaptarem ao modo de ser da maioria, abrindo mão de sua personalidade. Pensando nisso, Jean-Jacques Rousseau, filósofo francês do século XVIII, afirmava que a vida social corrompe o homem, ao colocá-lo em contato com os vícios e a mentira. Apesar disso, esse filósofo permaneceu ligado a grupos sociais, mesmo que em conflito durante toda a vida. Pense nisso durante a discussão.
